Rota dos Artesãos

Artesanato

A necessidade aguça o engenho.
Falar sobre artesanato é como embarcar numa jornada rumo às raízes da humanidade. Nos desafios diários enfrentados pelo Homem primitivo, onde a comida ou o vestuário eram rudimentares, a criatividade brotava em busca de soluções. Assim, o artesanato é um testemunho vivo da evolução do engenho humano ao longo dos séculos.
Vivemos num cenário de constante mutação, onde os alicerces tradicionais e os valores ancestrais parecem desvanecer-se no tecido da nossa memória coletiva, distantes das rotinas do dia-a-dia. Neste contexto, o artesanato assume-se ainda como uma poderosa âncora, relembrando-nos da riqueza da nossa herança cultural, parte essencial da nossa singularidade e identidade.
O território do Alto Tâmega e Barroso é rico em manifestações artesanais, resultantes da riqueza de saberes ancestrais, onde cada peça produzida assume uma dimensão que extravasa a utilidade prática ou a função decorativa.
A Rota dos Artesãos está incluída no projeto LOCAL CRAFT UP – Cooperação Leader, apoiado pelo Programa PDR2020, cujo principal objetivo passa por valorizar os produtos artesanais locais, através da cooperação dos GAL – Grupos de Ação Local, envolvendo os seus associados e os produtores/artesãos das regiões envolvidas, através de atividades de demonstração, de partilha de conhecimentos, de promoção da produção artesanal e do intercâmbio entre as regiões parceiras. A Rota resultante deste projeto é, assim, uma homenagem às mãos criativas que, ao longo de décadas, têm vindo a moldar e a preservar a identidade cultural do território.

 

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Rota dos Artesãos do Alto Tâmega e Barroso

Boticas

Arte e Lar
Calhelha Forno, n.º 20
5460-130 Boticas

José Marques é carpinteiro e marceneiro de profissão. A assertividade do seu ofício, que não deixa margem para grandes rasgos de criatividade, levaram-no a ocupar os tempos livres com o artesanato. “Arte e Lar” é o nome do projeto que criou e que ganhou forma através de peças únicas, criadas por si, que são também o reflexo do enorme amor que tem pela madeira.
O artesão conjuga diferentes tipos de matéria prima, oriunda de solo nacional e estrangeiro, que conferem à peça tonalidades únicas. As peças de José têm enorme procura, estando já presentes nas casas de vários clientes um pouco por todo o país

Joana Bijuteria
Boticas

Formada em Educação Visual, Joana Caldelas viu o seu passatempo crescer a olhos vistos. A bijuteria que tem à venda é criada a partir de diferentes tipos de material, como a cortiça, o aço ou as pedras naturais.
As peças vão ao encontro do gosto dos seus clientes e do tipo de procura, mas há também um cunho pessoal e muita criatividade adjacente.

Chaves

Barro Alto
Estrada Nacional 2, n.º17
5425-201 Oura

Barro Alto é a junção criativa entre tradição e contemporaneidade. Com a jovem Marta como rosto deste projeto, a sua experiência em Israel e Marrocos conferiu-lhe a liberdade para ampliar as potencialidades desta arte ancestral.
Formada em Design e Ilustração, foi o contacto com ceramistas que desencadeou na flaviense este enorme gosto pela cerâmica. Em Portugal, alimentou a sua ânsia de conhecimento através de workshops e residências artísticas.
Guiada pelas memórias da tradição da olaria negra de Vilar de Nantes, Marta vê a natureza transmontana como uma fonte de inspiração e como um hino à rudeza, onde cores e formas ressoam em uníssono.

ADVN – Associação para o Desenvolvimento de Vilar de Nantes – Barro Negro
Largo da Sobreira
5400-580 Vilar de Nantes

A ADVN – Associação de Desenvolvimento de Vilar de Nantes desempenha um papel crucial na representação e preservação da olaria de Vilar de Nantes. A prática do “barro negro” é centenária e mantem-se viva enquanto legado familiar, mantendo as técnicas que fazem desta técnica única e identitária da freguesia.
A missão da ADVN vai além da mera preservação da prática da olaria, sendo também um tributo à identidade única da freguesia, alargando o convite a todos aqueles que desejam imergir nesta prática e manter assim viva a chama da tradição.

Dinis Cunha
Rua da Pedreira, n.º9
5400-580 Vilar de Nantes

Oriundo de Vilar de Nantes, Dinis Cunha é um rosto inconfundível da cestaria da região. Os seus conhecimentos foram herança familiar, numa tradição que procura promover junto da comunidade.
Os trabalhos que produz utilizam sobretudo a madeira de castanho bravo, por ser oriunda da própria Serra do Brunheiro, em Vilar de Nantes, mas também pelas características que lhe conferem melhor qualidade. É assim que os cestos de verga de Dinis Cunha ganham forma e são disponibilizados para todos aqueles que pretendam continuar a manter esta tradição viva.

O Marceneiro
Estrada Nacional 2, n.º61
5400-575 Chaves
www.omarceneiro.pt

Os negócios de família não têm de manter a mesma receita ao longo das gerações. Paula Chaves, licenciada em Design do Produto, regressou a Chaves para se juntar à empresa do pai – O Marceneiro. Munida de ferramentas atuais e uma visão mais alargada do mercado de trabalho, optou por aproximar a essência das artes manuais à contemporaneidade, mantendo a componente de fábrica/produção e acrescentando a vertente de atelier. Com uma equipa de designers fixa, a multidisciplinariedade confere robustez a este espaço que, mais que uma fábrica, é um atelier vivo, onde o público é convidado a entrar e a conhecer a forma como a criatividade se materializa nas diferentes peças de mobiliário.

Joaquim Pio
Rua do Bairro Novo, n.º5
5425-252 Loivos

Para Joaquim Pio não há desperdício de madeira. Os restos da lenha que usa para casa são aproveitados para criar pequenas figuras em miniatura.
O artesão da aldeia de Dorna, em Loivos, ocupa o tempo a dar vida a peças por encomenda, algumas delas presentes em feiras ou festas regionais. Em exposição tem ainda trabalhos realizados há vários anos, com sistemas motorizados que conferem ainda mais realismo à sua criatividade.

Montalegre

Arte da Terra
Rua Fundo da Rua, n.º6
5470-362 Paradela do Rio
https://www.artedaterra.pt/

É em Paradela do Rio, uma aldeia do concelho de Montalegre, que encontramos o peculiar atelier “Arte da Terra”. Numa perfeita harmonia com a envolvente natural, respiramos arte assim que a porta se abre. Com peças em exposição dos seus três fundadores – José Teixeira, Maria Carvalho e Carolina Garfo – “Arte da Terra” é um espaço expositivo e de trabalho.
Aqui, o barro é a personagem principal. Pelas suas características modeláveis e plásticas, é usado de diferentes formas, dando origem a obras provocadoras, assentes nas tradições locais, nutridas de uma identidade muito característica.
O espaço existe para ser visitado e as obras podem ser adquiridas. Há ainda a possibilidade de o público ter uma experiência prática com o barro.

Oficina do Burel
Rua Polo Norte, n.º10
5470-251 Montalegre

É no coração de Montalegre, que a Oficina do Burel confere novas formas a esta matéria prima. Desde peças de criança e adulto, passando por adereços ou artigos de decoração, nesta pequena loja a criatividade é exponenciada, levando à criação de artigos exclusivos.
Carlos Medeiros, colocou de lado a sua carreira enquanto professor de música, e segue agora o ritmo da máquina de costura, numa melodia criativa que lhe tem valido inúmeras encomendas e desafios.

Valpaços

José Gonçalves
Bairro Mira Serra, n.º7
5430-638 Vilarandelo

A paixão pela madeira é inata, mesmo quando, aos 15 anos, um susto na carpintaria onde trabalhava levou José Gonçalves a deixar o trabalho.
A trabalhar como Assistente Operacional numa escola, os tempos livres são passados a dar forma aos pedidos que vai recebendo. Os artigos personalizados são os mais requisitados, mas a mestria do artesão de Vilarandelo reflete-se ainda nas miniaturas de utensílios agrícolas ou artigos do folclore transmontano.
A madeira que utiliza para as suas peças são, de uma forma geral, pouco comuns neste tipo de trabalhos manuais, como é o caso da Oliveira ou Zimbro.

Terra Rústica
Avenida da Liberdade 48
5430-633 Vilarandelo
www.terra-rustica.pt

Nair Tete é o rosto por detrás da Terra Rústica. Ao entrarmos na sua loja, em Vilarandelo, somos invadidos pela mescla de fragâncias naturais, provenientes do sabão botânico que produz. Após vários anos no estrangeiro, a trabalhar como piloto de aviação, Nair Tete trouxe as aprendizagens de Inglaterra e moldou o sonho que sempre teve. O sabão que faz é do azeite extra-virgem que também produz, com uma suavidade que advém ainda das plantas da região. Os seus produtos são enviados para várias partes do país e do mundo.

Correeiro Albardeiro
Avenida Dona Maria do Carmo Carmona, n.º2
5430-483 Valpaços

António Mesquita há muitos anos que se mantém enraizado no ofício do Correeiro Albardeiro, uma herança que flui pelas veias da sua linhagem.
Com as fibras do couro e as tramas da palha a correrem na sua família desde o tempo do seu bisavô, estando reformado desde 1992, o artesão dedica-se de corpo e alma à sua arte, sem outros desejos senão o de perpetuar esta tradição.
Com as mãos calejadas pelo trabalho e coração imbuído de paixão, na sua loja exibe com orgulho os frutos do seu labor, símbolos de uma destreza incomparável e reconhecidos além-fronteiras.
Assim, António Mesquita ergue-se como um símbolo vivo da preservação do passado, um guardião das tradições que se recusa a deixar morrer esta expressão artesanal.

Vila Pouca de Aguiar

Atelier d’Or
Soutelinho do Mezio

Mais do que as mãos, é a alma de Óscar Rodrigues que ameniza a rudeza da madeira. A paixão pela arte esteve bastante latente desde tenra infância, o que culminou na Faculdade de Belas Artes, no Porto, onde a sua voz criativa harmonizou com a Escultura.
A polivalência de Óscar sente-se na forma como não só esculpe a madeira com a sua motosserra, como também usa toda a sua delicadeza para trabalhar outros materiais. A sua criatividade não tem limite e é nos ritmos da natureza que pretende criar peças capazes de despertar emoções naqueles que as acolhem.
Cada obra de Óscar Rodrigues é uma extensão da sua visão única do mundo, podendo ser apreciada no seu atelier em Soutelinho do Mezio.

Raúl Oliveira
Rua Santa Bárbara, n.º57
5450-286 Soutelinho do Mezio

As horas livres de Raúl Oliveira têm o granito como elemento principal. Quando o trabalho na agricultura é mais escasso, em particular no Inverno, o artesão de Soutelinho do Mezio lapida o granito criando elementos decorativos. Relógios de sol, emblemas de clubes ou bancos de jardim são algumas das peças que produz e que despertam curiosidade em quem o visita.

Guilhermino Rodrigues
Rua da Fontainha, n.º4
5450-287 Carriça

As robustas mãos de Guilhermino Rodrigues contam uma história recheada de diferentes ofícios. Desde os aromas da madeira angolana, até aos pilares da construção civil, quis o destino que aos 50 anos a artrite reumatoide o forçasse a uma pausa indesejada. Foi neste momento que o trabalho com a madeira ganhou novas formas, dando origem a verdadeiras obras de arte em ponto pequeno.
O artesão tem um vasto conhecimento sobre a matéria prima, adequando as suas características e necessidades de acordo com os trabalhos que elabora. Visitar o pequeno museu de Guilhermino Rodrigues é contemplar a mestria concedida a cada detalhe, cada apontamento pacientemente esculpido, que só os grandes artistas são capazes de criar.